quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Cinco tiros em Franz Ferdinand


Manja que o Franz Ferdinand na real, foi aquele arquiduque austríaco que, em 1914, levou um tiro nas fuças. Morreu. Daí é que veio o pretexto para a Primeira Guerra Mundial – porque o Franz Ferdinand queria reconhecer a autonomia dos eslavos, enquanto uma outra turma achava que os eslavos ficavam bem melhor de boca fechada.Não que o Franz Ferdinand fosse um santo, ele tinha pilhas de interesses. Mas isso aqui é só um resumo para introduzir outra história que começa 96 anos depois.

Na turnê pelo Brasil, o quarteto escocês que homenageou o arquiduque usando seu nome – Franz Ferdinand – vai selecionar bandas locais para abrir os shows. Trata-se, claramente, de um gesto simbólico para reconhecer a autonomia que a gurizada tem dentro do próprio território. Só tomara que não termine em guerra.
A apresentação em Porto Alegre será no dia 18 de março, e o público é quem indica a banda de abertura, no site www.day1e.com.br/franzferdinand. Dá para votar até 26 de fevereiro.Existem dezenas de boas bandas pelo Estado, mas o Remix escolheu cinco que, na opinião da coluna, seriam ideais para abrir o show por conta da forte relação que nutrem com Franz Ferdinand – um dos grupos mais importantes da década que acaba.

CARTOLAS:

No Rio Grande do Sul, nenhuma banda reverencia tanto o Franz Ferdinand quanto eles. Logo que os escoceses explodiram para o mundo, os Cartolas surgiram emulando aquela batida disco, dançante para dedéu, que virou marca do Franz e da geração roqueira desde então. Mas os Cartolas, baita banda, são a versão gaúcha do Franz – e basta ouvir qualquer música para entender o elogio.Questionado sobre por que os Cartolas devem abrir para os suecos, o guitarrista Christiano Todt é curto e grosso:

– Somos a banda que mais tem a ver.

VOLANTES

Não que os Volantes sejam diretamente influenciados pelo Franz, mas bebem da mesma fonte. E, mesmo curtindo aquela oitenteira pop, soam tão moderninhos quanto os escoceses pretendiam nos primeiros anos. Só que os Volantes são mais instrospectivos, adoram um teclado doidão, ambiências espaciais e aquela barulheira toda. É preciso bom gosto para funcionar – e eles têm.–

A gente ouve Kraftwerk mais do que o Franz ouve – diz Arthur Teixeira, o vocalista.

IDENTIDADE

A cada ano, a Identidade avança 10. Em 2006, só Rolling Stones vinha à mente quando tocava um som da banda. Mas o disco mais recente do quarteto, Antiguidades x Modernidades, tem coisas remetendo até a... Franz Ferdinand! Vão dizer que parece Rolling Stones na fase disco, mas nesse papo o Remix não cai. No VMB de 2009, o guitarrista Lucas Hanke ouviu do vocalista Alex Kapranos, do Franz Ferdinand, elogios à capa do disco.

– O show em Porto já estava marcado. O Kapranos disse que queria um churrasco – conta Lucas.

FENX

Franz Ferdinand é uma das bandas que mais tocou em festas nos anos 2000. E a Fenx entrou na lista do Remix porque, falando sério, é uma festa em forma de dupla. Só que o guitarrista Guffo, questionado sobre por que deseja abrir para o Franz, argumentou:

– Bom, a Helga (Helga Kern, vocalista) é mais gostosa que o Kapranos.

Tá aí uma verdade. Mas o apelo pop da Fenx – embora seja uma dupla essencialmente eletrônica, menos roqueira que a banda sueca – ainda fica em primeiro lugar.

VENTORES

Caçulas da lista, os Ventores são de Santa Maria, um dos maiores antros do underground gaúcho. Se o Franz Ferdinand ouvisse o que essa piazada faz com a guitarra, talvez oferecesse alguns milhões pelos de riffs deles.

– Não existiria felicidade maior do que pisar no palco dos nossos ídolos. Temos muito

o que mostrar – diz o baterista Guilherme Neu.
Verdade que os Ventores precisam com urgência de uma gravação melhorzinha. Mas com o talento que têm, isso eles tiram de letra.

Por Paulo Germano
Fonte: Blog do Remix

Um comentário:

Anônimo disse...

cartolas ou identidade quem leva essa pagina da hestoria pra casa