Kitty Dayse & Lewis

Às vezes parece que se abre uma fenda no tempo, e alguns seres que estavam lá em 1950 são jogados aqui no nosso mundo tecno-atual.

É o caso de Kitty Daisy & Lewis, três irmãos ingleses que por influência do pai - colecionador dos antigos bolhachões em 78 rotações - tocam um rockabilly e hillbilly pra deixar qualquer um de boca aberta. O que isso tem de mais? Nada, fora o fato de eles serem ingleses, o mais velho deles ter apenas 21 anos (Dayse) e os outros dois irmãos ainda serem “de menor” (Kitty, 16 anos) e (Lewis, 19 anos).

Os irmãos começaram a tocar ainda quando crianças, isso a 7 anos atrás, de lá pra cá o trio se aprofundou no estilo e nos instrumentos da época (todos são multi-instrumentistas) e saíram a tocar nos palcos da Inglaterra. Os músicos de acompanhamento dos prodígios não poderiam ser melhores para a banda, é o próprio pai (Graeme Durham), tocando guitarras,  a mãe (Ingrid Weiss), tocando contra baixo e o amigo boa praça (Tan Tan), tocando trompete . 

A banda lançou em julho de 2008 seu álbum de estréia pela gravadora “Sunday Best" – www.sundaybest.net -, tudo gravado de forma análoga, num estúdio caseiro e com um resultado vintage (que nos leva de volta ao passado, como dá pra ver na participação dos irmãos no documentário, “We dreamed in america”), nos dando a perfeita impressão de um disco gravado na década de 50 no lendário estúdio de Sam Phillips.

E eles foram fundo na coisa vintage, além da sonoridade, também resolveram lançar uma edição especial desse cd de estréia numa caixa contendo cinco bolachões em 78 rotações. Que fetiche!! Até porque, quem tem um aparelho que toque em 78 rotações hoje?? Pouquíssimos colecionadores certamente.

A crítica britânica não deu muita bola para o trio, acreditando que hoje a “fórmula” do rockabilly seja desgastada e que ninguém mais se atrairia por esse estilo musical.  Fato é que a banda hoje percorre os maiores festivais da Europa, foi convidada pra acompanhar o Coldplay em turnê e a cada dia faz com que mais pessoas sejam absorvidas por essa fenda no tempo, nos levando a um passado do roquenrol cru, verdadeiro e com muita qualidade.

Vale a pena passar no myspace da banda e conferir as pérolas que ali se encontram

Caco Spector