Noite chuvosa de outono em Porto Alegre, mas para quem não quis ficar rodando infeliz e acomodado em casa, a escolha mais sábia foi ir ao show dos Darma Lóvers no Teatro São Pedro.
Para mim, as apresentações deles são sempre belos aprendizados que nos remetem à reflexão, à compreensão da nossa condição humana e de nossos confusos sentimentos, são um alento para a alma, para a mente e para o coração.
O novo álbum, Simplesmente, expressa a maturidade criativa e reflexiva da banda e um lirismo refinadíssimo. A música título nos faz lembrar que a mudança vem para o nosso bem e que o amor é muito mais do que cabe nessas convenções, o Amor é sempre muito mais. No novo disco eles também cantam a fragilidade da visão materialista em “O homem que calculava”, lembram nossa grandiosidade natural em “Gigante”, referem-se à tão famigerada vida virtual em “A teia da tela”, vão da ácida crítica social em “Gente de Classe”, até pousar serenos na puramente poética “Lógica da liberdade”.
Mesmo não sabendo cantar todas as músicas novas, o público pode ouvir atentamente as letras, sempre belas e proveitosas. Também pode deleitar-se nas imagens da divindade projetadas na roupa branca de Irínia, uma das partes mais encantadoras do show. Sucessos consagrados como ‘Desapego’, ‘Senhor da dança’, ‘Bodisatva’e ‘A lua na TV’, puderam ser relembrados pelo público.
Os The Darma Lóvers ainda contaram com a participação do baterista Rodrigo Barba, da banda Los Hermanos, Celau Morteyra (Ospa) no Cello, Luciano Leães (Locomotores) e Tchê Gomes (ex-TNT) na guitarra. Show para ninguém esquecer!
Juliana Leal
Jornalista
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